Wednesday, October 12, 2011

Os bons artistas estão por aí...

http://diario-grafico.blogspot.com/
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Eduardo Salavisa

Sunday, September 25, 2011

being contextualized

Recently, I grab a William Blake’s verse in the Internet:

«Think in the morning. Act in the noon. Eat in the evening. Sleep in the night».

The guy who paste it considered this a good advice.

I read the sentence and I thought that it didn’t make sense. So, I decided to investigate.

You know what? It is included in a passage entitled “The voice of the devil”.

So, they are evil advices.

If you want to make them divine, you have to invert them:

“Eat in the morning. Sleep in the noon. Think in the evening. Act in the night.”

This would be the voice of God, from Blake’s point of view.

Friday, September 09, 2011

Who loves the life knows what to feel...



Penetrante por demais... Addicted!!!

A personalidade dele é um pagode...



‎"Meu pai era um homem maravilhoso como minha mãe também era, agora como eles eram duas criaturas maravilhosas com cabeças completamente diferentes, a união foi terrivelmente prejudicial para o que nasceu ali"
Tom Zé

Thursday, August 11, 2011

De noite quase tudo é lindo, mas só algumas coisas perduram...



Noite das coisas

Noite das coisas, terror e medo
Na aparente paz dispersa
Sobre as linhas caladas.
Efeitos de luz nas paredes caiadas,
Gestos e murmúrios de conversa
No mundo estranho do arvoredo.


Sophia de Mello Breyner Andresen  



Saturday, July 23, 2011

O bom vizinho sou eu...


"Oh amigo, a "caca" do cão não se põe aí, isso é para papeis e moram aqui pessoas..."
Tendo em conta o tom simpático e a palavra "caca" dirigidos à minha pessoa, resolvi que a resposta certa seria:"Desculpe mas isso é para lixo, e onde quer que eu ponha a "caca"?"
O simpático senhor vive tal como eu sem resposta para a pergunta e resolve dizer: "vocês fazem disto casas de banho para cães".
Ora agora é que me baralhaste, porque pensava que essa expressão se usava quando não se apanham as "cacas"...
Resolvi então dizer que para a próxima deixarei a "caca" na relva para não sujar o "Caixote do papel"... E agora começa a aventura...
"Experimenta, experimenta enquanto eu te tiver a ver" - Diz ele...
Ora ora, apanhaste-me com os azeites, penso eu, e remato com um: "Está-me a ameaçar?"
Ao que ele responde: "Olha bem para a minha cara e não te esqueças dela"
"Agora vai-me bater?" - Disse eu...
"humpf" faz ele para começar bem o sábado, e segue caminho. E eu viro costas a pensar que tenho mais um amigo.

Thursday, May 05, 2011

Amador sem coisa amada

Resolvi andar na rua
com os olhos postos no chão.
Quem me quiser que me chame
ou que me toque com a mão.

Quando a angústia embaciar
de tédio os olhos vidrados,
olharei para os prédios altos,
para as telhas dos telhados.

Amador sem coisa amada,
aprendiz colegial.
Sou amador da existência,
não chego a profissional.

          António Gedeão 

Wednesday, May 04, 2011

Eu, que sou feio...

Eu, que sou feio, sólido, leal,
A ti, que és bela, frágil, assustada,
Quero  estimar-te, sempre, recatada
Numa existência honesta, de cristal.

Sentado à mesa dum café devasso.
Ao avistar-te, há pouco, fraca e loura. 
Nesta Babel tão velha e corruptora,
Tive tenções de oferecer-te o braço.

E, quando socorreste um miserável, 
Eu que bebia cálices de absinto,
Mandei ir a garrafa, porque sinto
Que me tornas prestante, bom, saudável.

«Ela aí vem!» disse eu para os demais;
E pus-me a olhar, vexado e suspirando,
O teu corpo que pulsa, alegre e brando,
Na frescura dos linhos matinais.

Via-te pela porta envidraçada;
E invejava, - talvez não o suspeites!- 
Esse vestido simples, sem enfeites,
Nessa cintura tenra, imaculada.

Ia passando, a quatro, o patriarca.
Triste eu saí. Doía-me a cabeça.
Uma turba ruidosa, negra, espessa,
Voltava das exéquias dum monarca.

Adorável! Tu muito natural,
Seguias a pensar no teu bordado;
Avultava, num largo arborizado,
Uma estátua de rei num  pedestal.

                         Cesário Verde

Monday, May 02, 2011

Ai que tudo isto me mata...



A Angústia Insuportável de Gente

Ah, onde estou onde passo, ou onde não estou nem passo,
A banalidade devorante das caras de toda a gente!
Ah, a angústia insuportável de gente!
O cansaço inconvertível de ver e ouvir!

(Murmúrio outrora de regatos próprios, de arvoredo meu.)

Queria vomitar o que vi, só da náusea de o ter visto,
Estômago da alma alvorotado de eu ser...

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

Sunday, May 01, 2011

E como queria ir contigo...

Mãe! Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei!

Traz tinta encarnada para escrever estas coisas!

Tinta cor de sangue verdadeiro, encarnado!

Eu ainda não fiz viagens

E a minha cabeça não se lembra senão de viagens!

Eu vou viajar.

Tenho sede! Eu prometo saber viajar.

Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um por um.

Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa.

Depois venho sentar-me a teu lado.

Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei, tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras.

Mãe! Ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado!

Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa.

Eu também quero ter um feitio, um feitio que sirva exatamente para a nossa casa, como a mesa. Como a mesa.

Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!

Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!

Almada Negreiros

Vamos ser felizes...



Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!

Fernando Pessoa