Saturday, September 22, 2007

Um dia sem carros à portuguesa

Quem acorda numa manhã ensolarada e ouve os ruídos habituais de uma cidade muito activa, já mais se lembrará que do outro lado da janela espreita um "dia sem carros". Chamemos-lhe, "dia em que os carros não passam na avenida da liberdade", e poderíamos ainda incluir no titulo, "mas com um fellatio ao policia a avenida fica aberta". Esta ultima parte do titulo não pôde ser verificada, mas algumas ruas foram realmente abertas a carros após alguma conversa com o senhor agente que controlava a entrada na rua.
Ah, em breves momentos de circulação pela avenida da liberdade, a harmonia das buzinas dos carros (que "não estavam lá") davam alguma sonoridade ao silêncio incomodativo das pessoas a caminhar, ou mesmo das bicicletas de corrente oleada que numa tarefa impossível conseguiram sair à rua nesta cidade, construida em subidas que se atropelam constantemente.

É bom ver que existe um dia sem carros em que as pessoas se deslocam de carro até ao sitio onde ele não pode ser utilizado. Será que estavam a testar esta "proibição", ou acharam que era a única maneira de conseguirem abandonar o seu carro?

Ontem uma amiga minha ligada ao mundo da saúde dizia: "Às vezes é mais difícil dizer a uma pessoa de idade que tem um cancro do que não lhe passar um atestado em que se comprova a capacidade de continuar a conduzir". Perante isto parece-me justo que não se fechem as ruas todas, afinal a gente não quer que morra ninguém...









Mas no entanto, conseguiram viver-se alguns momentos felizes, mesmo que nos tenhamos que singir a um campo visual bastante reduzido e não possamos usar mais sentidos para além da visão.











Será que o tão pomposo nome de "Dia Europeu sem carros" levou mais carros do que o habitual ao centro da cidade?